quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Carta II

Penso numa majestade ignóbil
presa a frações de doenças cardiovasculares
rastejando junto as baratas em condomínios fechados.

Não grito porque choro,
meus berros são esperanças doentias
fáceis e próprias ao adultério.
Não mendigo o seu verde,
Ele é tão oco quanto um mártir solitário
de quem anda perdido em nossos lençóis.

- Por favor, não repare a bagunça,
temo por não estar adequado a visita,
mas é esta distração
me impedindo de sorrir mediante o vento.

- Haja paciência!
- Chega!
- Basta!
- Corra

Vamos impedi-los mais uma vez.
Avante filhos da puta,
hoje a morte será em nosso habitat.

(Cátia Rodrigues)